Intenção e motivo - II Samuel 1
- Kleber Tavolaro
- 24 de jul. de 2016
- 2 min de leitura
Trecho em que um amalequita disse que tinha visto o Rei Saul a beira da morte, e para ajudá-lo matou-o (motivo). Conta a historia bíblica que o Rei Saul se matou jogando-se sobre sua espada, portando o amalequita estava mentindo para o Rei Davi, com intenções de ganhar "favores" do Rei.
II Samuel 1 14– Como é que você se atreveu a matar o rei escolhido por Deus, o Senhor? – (Intenção e Motivo ) perguntou Davi.
O motivo estava mal fundamentado e a intenção era apenas de interesse pessoal.

Intenção e motivo são noções conexas; O motivo é motivo de uma intenção (…).
A relação é tão estreita que, em certos contextos, motivos e intenções são indiscerníveis, em particular quando a intenção é explícita.
A intenção responde à pergunta “quê, que fazes?” Serve, pois, para identificar, para nomear, para denotar a acção (o que se chama ordinariamente o seu objecto, o seu projeto);
Ter uma intenção é estar num estado mental favoravelmente orientado parta concretizar (ou manter, ou evitar) um determinado estado de coisas.
O motivo responde à questão “porquê?”Tem, portanto, uma função de explicação; mas a explicação já vimos, pelo menos nos contextos em que motivo significa razão, consiste em esclarecer, em tornar inteligível, em fazer compreender. Portanto, é sob a condição da redução do motivo a uma razão de… e da explicação a uma interpretação, que a noção de motivo aparece separada da de causa por um “abismo lógico”: classificar algo como motivo é excluir que o classifiquemos como razão de… (…).
Motivo vem demotu, movimento: os motivos são as «molas» que impulsionam ou põem em movimento uma acção ou um acontecimento.
A procura do sentido da acção remete para a indagação das suas causas, motivos e intenções;
A intenção deve distinguir-se do motivo: a intenção tem a ver com a consciência que o agente tem dos seus actos, com o significado por ele imprimido às suas acções; o motivo com a formulação de uma explicação que as permita compreender. A intenção remete ainda para o campo da estratégia e, enquanto que o motivo, entra nos terrenos da ética.
Há motivos intencionais e motivos não intencionais. A intenção não é extrínseca ao motivo: é uma das modalidades deste.
Quando temos motivos mal fundamentados "intencionais ou não intencionais", desenvolvemos intenções destrutivas, por melhores que possam parecer.
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