Vaidades "sonhos de grandeza travestidos de revelação"
- klebertavolaro
- 10 de jul. de 2016
- 2 min de leitura

A vaidade (chamada também de orgulho, ostentação, presunção, futilidade, soberba ou amor próprio) é o desejo de atrair a admiração das outras pessoas. Uma pessoa vaidosa cria uma imagem pessoal para transmitir aos outros, com o objetivo de ser admirada e invejada.
Nos Ensaios de Montaigne há um capítulo sobre vaidade. Montaigne chama a atenção para a necessidade humana de manter as aparências:
“Seja o que for, artifício ou natureza, isso que nos imprime a condição de viver da comparação com outrem, faz-nos muito mais mal que bem. Privamo-nos daquilo que nos é útil para atender às aparências e à opinião dos outros. Não nos importa tanto saber o que é nosso ser em si e em efeito quanto saber o que é ele para o conhecimento publico. As próprias riquezas do espírito e a sabedoria nos parecerão infrutíferas se só forem desfrutadas por nós, se não forem produzidas para a vista e a aprovação alheia”. (p. 19) E, mais adiante:
“Em todas as nossas vicissitudes, comparamo-nos a quem está acima de nós e olhamos para os que estão melhor; comparemo-nos ao que está abaixo: não há ninguém tão desazado que não encontre mil exemplos em que se consolar”. (p. 26)
AQUELES que se apoiam em sua inteligencia e nos próprios conhecimentos, mais do que no puro amor e na observação cuidadosa da própria alma, serão um dia decepcionados. São vitimas do próprio orgulho, pela curiosidade intelectual e por sua erudição, abandonam a doutrina e a orientação espiritual da igreja. Confiam exageradamente no que chamam de inteligencia, memoria e conhecimento. Atraídos pela experiencia da razão, onde a vaidade é exaltada e sua personalidade incensada. Exaltam uma imagem de si mesmos se esculpindo como pequenos deuses. Suas vidas estão repletas de ilusões, falsas esperanças e escolhas precipitadas. Atras das aparências humanas a mesma vaidade, o mesmo orgulho, a mesma obsessão pelo sobrenatural, os mesmos sonhos de grandeza travestidos de revelação e de messianismo. A finalidade oculta de tudo isso é atribuir-se importância, sendo vitimas de seus próprios desequilíbrios.
Um escritor brasileiro, Flávio Gikovate, tem se dedicado a analisar a influência da vaidade na vida das pessoas e seus impactos na sociedade. Saiba mais sobre esta palestra clicando no link abaixo.
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