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Deus criador segundo a visão de Platão

  • klebertavolaro
  • 3 de jul. de 2016
  • 3 min de leitura

A fim de criar um Universo o mais belo e perfeito possível, a divindade tomou as coisas visíveis que estavam em movimento desordenado e discordante, passando-as à ordem, atribuindo-lhes proporção e simetria. Platão pergunta se existiria um só mundo ou vários mundos. Como ele parte do pressuposto de que o mundo é formado à imagem do ser divino, ele tem que ser uno e completo, e não coexistir com um segundo, terceiro ou com infinitos mundo Como a divindade construiu o mundo à imagem e semelhança do ser perfeito, foi-lhe atribuída a mais perfeita das formas e a mais semelhante a si mesma, a esférica, cujas extremidades distam igualmente do ponto central; assim ele fez "por acreditar que o semelhante é mil vezes mais belo que o dissemelhante". Deu-lhe então o movimento que seria mais natural fazendo-o girar em torno de si mesmo. Esse ser quase perfeito, livre de doença ou velhice, alimenta-se de seu próprio desgaste, bastando-se a si mesmo "sem necessitar de coisa alguma", e encerrando todos os processos que dele se engendram. Em seu centro, a divindade colocou a alma, que já havia sido criada sendo portanto mais velha e destinada a comandar. A alma a partir do centro então se irradiou para todo o corpo, conferindo-lhe inteligência e razão Platão indaga então qual o princípio das coisas que compõem esse Universo, dado que os elementos fogo, terra, água e ar já existiam antes do nascimento do céu, e quais eram as suas propriedades. Sua primeira observação diz respeito à transitoriedade desses elementos observados na realidade: a terra se transforma em ar com o vento, o ar se transforma em fogo quando inflamado, a água vira pedra ao se condensar. Assim não podemos designar as coisas por esses elementos, mas sim pelas suas manifestações momentâneas

A concepção de origem e formação do Universo do filósofo grego, cuja descrição se encontra no diálogo Timeu

Platão, descrita no diálogo Timeu, onde ele nos conta sua própria história de como o nosso Universo foi formado a partir do nada, os elementos que foram constituindo os seres, e de como estes evoluíram tornando- -se o que é observado na natureza. Ele une na construção da realidade suas mais preciosas paixões: o mundo, a matemática (com forte influência pitagoreana) e a música. No entanto não abre mão de uma parte mítica, legada ao inexplicável, ao incognoscível.

Cada ser, segundo Platão, é composto de forma a harmonizar e complementar o todo, e relata, como em uma fábula, a gradual transformação daquilo que não é, ao vir a ser, e finalmente, ao ser.

A base estrutural do mundo são duas entidades: uma alma imortal, invisível e divina, e um mundo concreto e visível, com seres mortais, aos quais a alma comanda e com quem compartilha sua inteligência e racionalidade. A alma imortal é formada a partir de uma ordem harmônica, à semelhança das harmonias das escalas musicais; o mundo concreto é formado pelos quatro elementos básicos, o fogo, a água, a terra e o ar, em conformações de poliedros regulares.

Começa a sua explicação definindo o ser do Universo, aquilo que é manifesto, como sendo de dois tipos: um que sempre existiu e sempre irá existir (portanto sem início ou fim), imutável e sempre igual a si mesmo; e outro, que tem um início, e portanto uma causa (pois nada pode originar-se sem causa), é sujeito ao nascimento e ao devir, e está em constante mudança.

Somente sabemos que essa divindade emprestou ao mundo "a mais completa semelhança com o ser inteligível". O mundo, por sua beleza e tendência à perfeição, foi feito à imagem do divino. Podemos conhecer as entidades eternas e imutáveis através da inteligência e da razão, enquanto que as entidades sensíveis (tudo aquilo que é visível ou de alguma forma sensível) são somente apreendidas pelas sensações e pela opinião. Na busca pela compreensão do mundo, nossas palavras "devem exprimir o que é estável e fixo com ajuda da inteligência", assim, elas serão fixas e inalteráveis, e, tanto quanto possível, de natureza "irrefutável e inabalável". Mas nossas palavras serão sempre limitadas, pois exprimem apenas a cópia do modelo, uma imagem. Então deve-se admitir a restrição do conhecimento humano, adotando-se sempre "o mito mais verossímil, sem pretender ultrapassar os seus limites". Assim, toda a exposição feita ao longo do diálogo leva em conta essa fronteira entre a realidade e o conhecimento mais provável.


 
 
 

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